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O Uso de Máscaras ao Longo da Civilização
por Neire Sueli Munhoz

As máscaras são utilizadas, pela humanidade, desde tempos remotos. Ora como marca de grande religiosidade, permitindo, ao ser humano, adentrar o mundo do imaginário e acessar dimensões espirituais incomuns à existência material, inclusive tendo papel de destaque em rituais sagrados. Ora como símbolo de gratidão e/ou de festividade.
Encontramos, na história, registro desse uso na África, produzidas em cobre, madeira e marfim. No Egito Antigo, utilizavam-nas para enfeitar as múmias que seriam enterradas em seguida. Na Ásia, nos EUA e no Brasil, encontramos usos similares, utilizados de forma simbólica para enaltecer a deuses, à natureza e à arte.
Com o passar do tempo, passaram a ser utilizadas em festividades como Carnaval, Halloween e outras festas populares no mundo todo.
Do ponto de vista da Filosofia, a máscara representa um outro eu, que é desconhecido de nós próprios. E para Bachelard, somos seres profundos. "Ocultamo-nos sob superfícies, sob aparências, sob máscaras, mas não somos ocultos apenas para os outros, somos ocultos para nós mesmos. (…)" (BACHELARD: 1990:259,260)
Já para a Psicologia Analítica, desenvolvemos máscaras desde a infância para sermos aceitos e amados: primeiro com os pais, depois professores, e, mais tarde, com amigos e companheiros, e para isso construímos máscaras emocionais como forma de proteção à nossa saúde mental. Porém, nem sempre temos a consciência de que essas máscaras existem.
Atualmente, as máscaras invadiram nosso cotidiano como recurso de proteção, não de forma subjetiva, mas sim objetiva e concreta.
Peça obrigatória em todos os setores da sociedade, ela ganhou cores, formas e desenhos diversos, mostrando de maneira simbólica a personalidade, o gosto e a crença de seu usuário. Tudo é válido, menos estar sem ela.
Tão importante como a máscara emocional, a máscara real nos livra de dissabores, doenças e nos protegem, livrando-nos da mais atual e severa pandemia que ronda todos os países, a COVID-19.
Usemos nossas máscaras de forma inteligente e consciente.
Neire Sueli Munhoz é mestre em Educação pela PUC-SP, professora e coordenadora no Colégio Padre Anchieta.